O músico gaúcho Flávio Basso, conhecido artisticamente como Júpiter Maçã ou Júpiter Apple, faleceu nesta segunda-feira (21) após uma queda no banheiro da casa onde morava em Porto Alegre. Segundo a produtora e amiga do músico Cida Pimentel, ele sofreu fraturas na cabeça e morreu em decorrência de falência múltipla dos orgãos.
Basso começou sua carreira musical no início da década de 1980, na primeira formação da banda TNT, que surgiu na leva de bandas de Porto Alegre inspiradas pelo punk e new wave como DeFalla, Graforréia Xilarmônica, Os Replicantes e Engenheiros do Hawai.
Flávio saiu da banda junto com Nei Van Soria e ambos formaram, em 1985, a banda “Os Cascavelletes”, onde Flávio cantou e tocou contrabaixo, Nei ficou na guitarra e voz, e Frank Jorge cuidou da guitarra e do backing vocal. Com a sonoridade calcada em bandas de rock dos anos 50 e 60 como Stones, Beatles, Stooges e New York Dolls, a banda gravou sua primeira demo em 1986, com letras em português repletas de palavrões. Suas músicas passaram a ser veiculadas pela rádio Ipanema FM, principal divulgadora da produção de rock da região.
Carreira solo
A banda permaneceu ativa até a década de 1990, e lançou o último compacto em 1992. Frank Jorge deixou o grupo para assumir a Graforréia Xilarmônica, que já era seu projeto paralelo. Flávio Basso assumiu a carreira solo e, depois de uma tentativa de enveredar pelo Folk como Wood Apple, ele optou pelo nome brasileiro que o tornaria mais conhecido: Júpiter Maçã. Em 1997 ele lançou seu primeiro trabalho, “A Sétima Efervescência”, com influências de rock psicodélico, especialmente da primeira formação do Pink Floyd ainda com Syd Barret nos vocais.
Nesse disco estão algumas das músicas mais conhecidas de Flávio como “Um Lugar do Caralho’’, “ As Tortas e as Cucas” e “Miss Lexotan 6Mg Garota”. No disco seguinte, “Plastic Soda”, lançado em 1999, ele intensificou a experimentação musical, e ampliou o leque sonoro com influência também de bossa nova. Passou, então, a compor também em inglês e a se apresentar como Jupiter Apple.
Em 2002, Júpiter Maçã lançou o disco “Hisscivilization” onde a mistura sonora aumenta com experimentações eletrônicas somadas aos ritmos e instrumentos utilizados na gravação. Em 2006 ele voltou a se apresentar como Júpiter Maçã e lançou “Uma Tarde na Fruteira”, onde continuou sua mistura brasileira com experimentações de forma mais acessível ao público que nos discos anteriores.
No dia 19 de julho de 2012 ele sofreu um acidente ao cair do segundo andar do prédio onde residia, e ficou afastado dos palcos e do público por dois anos. Em 2014, ele voltou aos palcos para gravação de um DVD, e estava se apresentando regularmente desde fevereiro deste ano. Flávio Basso completaria 48 anos em 26 de janeiro de 2016.