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Ensino

Falta de professores: "A prioridade é o aluno"

A preocupação com a situação das escolas também foi pauta da paralisação mobilizada ontem (2) pelo 15ª núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers)

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Professores paralisaram ontem (2) motivados pelo pagamento dos salários, a Reforma da Previdência e
Coordenadora da 15ª CRE, Andreia Ascari
Por Amanda Mendes
Foto Amanda Mendes

O início do ano letivo nas escolas estaduais da região de abrangência da 15ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), foi marcado pela falta de professores. Contudo, o quinto mês do ano já está começando e algumas instituições de ensino ainda sofrem para encontrar alternativas na organização do cronograma de aulas. 
Esse é o caso da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Agostinho, que optou por dispensar estudantes de uma turma na última segunda-feira, 29 de abril. Os pais foram avisados por meio de um comunicado, informando ainda, que se o problema não for solucionado, os alunos seriam dispensados novamente, com aviso da direção. 
De acordo com a coordenadora da 15ª CRE Andreia Ascari, a prioridade está voltada aos alunos e, para isso, os profissionais foram remanejados de outros setores à sala de aula. "Nossa orientação é que os estudantes não sejam dispensados, considerando que é papel da coordenação, vice-direção e direção assumir essas turmas na falta do professor. Afinal, quando um educador se submete ao concurso é para ministrar aulas", pontuou em entrevista ao Jornal Bom Dia. 
A coordenadora ressaltou, ainda, que o professor que faltava ao quadro da escola Santo Agostinho já foi direcionado e deverá assumir nos próximos dias. Andreia comentou também que esse cenário se repete todos os anos, no entanto, em 2019 a situação se agravou em função da troca no governo estadual que implementou outras propostas, tais como, o remanejamento de professores. 
Outro fator que entra em discussão são os contratos emergenciais, processo que foi realizado no início do ano pela Coordenadoria e, mesmo com as ausências no quadro do magistério, ainda há escolas sem professores. "Em 2019 houve mudanças no contrato, que agora impõe data de início e término, antigamente eles eram por tempo indeterminado, tanto que há professores com 20 anos de carreira sem ser concursado. Agora, quando os contratos não tiverem mais necessidade, será encerrado e isso será percebido no processo de gerenciamento. Nós estamos priorizando os concursos, por isso que é importante o remanejamento de pessoas que não estão em sala de aula", destacou Andreia. 
Neste cenário, a solução de um problema pode estar criando outro que é falta de profissionais em outros espaços, por exemplo as bibliotecas. "Não que esses setores não tenham importância para o processo de ensino e aprendizagem, mas a sala de aula é primordial, por isso era nossa prioridade. Agora vamos iniciar outro processo para encaminhar profissionais à essas funções", reforçou a coordenadora. 
A preocupação com a situação das escolas também foi pauta da paralisação mobilizada ontem (2) pelo 15ª núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers). 

Salários, Reforma da Previdência e falta de professores pautam paralisação
De acordo com Andreia, a paralisação é um ato democrático garantido a todos os trabalhadores. "Nossa orientação é que seja cumprido o calendário escolar, por isso, estamos pedindo às escolas que paralisaram, que encaminhem informações de quando esse dia será recuperado", pontuou a coordenadora. Cada instituição tem autonomia para organizar seu calendário letivo. 
Conforme a diretora do 15ª núcleo do Cpers, Marisa Betiato, mais de 40 escolas paralisaram, motivados pelas ações do governo estadual e federal. "São três pautas que interferem diretamente em nossa rotina de trabalho: a Reforma da Previdência, o descaso com o pagamento dos salários e a falta de professores nas escolas da região do Alto Uruguai", argumentou, citando ainda, que se os salários não forem pagos integralmente até o último dia útil deste mês, outra paralisação será organizada no dia 3 de junho. 

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