O Parque Municipal Longines Malinowski em Erechim é um bem público utilizado por milhares de pessoas nos fins de semana para lazer, descanso e atividades físicas. Importante lembrar que, anos atrás, o parque recebeu um plano de manejo ambiental, que deu suporte para o processo de revitalização, reformas, uso, até chegar ao momento atual. No entanto, o projeto está inacabado, faltam etapas a serem realizadas. Enquanto isso, o tempo está passando, e a população ainda não recebeu o que havia sido projetado pela administração pública da época. E, atualmente, o que se fez pelo parque?    

Conforme o projeto original, concebido pela administração anterior, além das melhorias atuais, haveria ainda a construção de trilhas calçadas no interior da mata, um mirante e até um centro de eventos. A questão é que se investiu dinheiro público, se vendeu para a população uma ideia que não se realizou em toda a sua inteireza. Na época, a intervenção no Mato da Comissão gerou até muita discussão e protestos por parte dos erechinenses.   

É bom ressaltar, que a lógica desta matéria é, unicamente, entender por que, a exemplo da saúde e educação, não se dá continuidade a projetos que impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas?

Abandonado     

O vereador, Mario Rossi, ex-secretário de Meio Ambiente de Erechim, que na época participou da implantação das melhorias no local, afirma que o parque está abandonado. “A administração atual não fez nada no parque. A única coisa que fizeram nesses três anos foi uma restauração parcial na iluminação que até hoje não funciona, sendo que a metade das lâmpadas estão apagadas. Esse foi o único investimento no Longines Malinowski”, disse.

Em partes

Rossi lembra que o projeto seria implantado em três partes. “A primeira é o que está aí; a segunda, seria a implantação das trilhas e o mirante; e, a terceira etapa, o centro de eventos”, lembra.

Histórico

A implantação do projeto iniciou em 2010 com a elaboração do Plano de Manejo. Em 2014, iniciaram as melhorias ao redor do parque, em 2016 foi concluída a primeira fase. “Que está pronta até hoje. Em 2016 veio o período eleitoral e a gente parou, inclusive tínhamos deixado dinheiro no orçamento para dar continuidade. Na época havia R$ 2 milhões para fazer a segunda etapa, trilhas e o mirante, mas fica a critério da secretaria investir ou não”, afirma.      

O que foi feito

Segundo ele, na primeira etapa houve a restauração de todos os passeios, cercamento, iluminação, reforma e ampliação de brinquedos, inclusive para cadeirantes e mais equipamentos na academia. “Reformamos todos os quiosques, disponibilizamos o sinal de wi-fi para o público ocupar. A última informação é que não tem mais”, disse.

Segunda parte

Ele comenta que a segunda parte envolvia o calçamento de trilhas em paver com iluminação, seriam mais ou menos 3 mil metros. E, ainda a construção de um mirante.

Terceira fase

Conforme Rossi, a última etapa previa a construção de um centro de eventos dentro do parque, com um arquivo histórico para contar a sua história e biodiversidade.

Investimentos

O investimento para implantação de todo o projeto iria girar em torno de R$ 6 milhões. “Foi investido cerca de R$ 1 milhão”, observa. “Só as trilhas ficariam em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, que envolveria todas as trilhas com iluminação, duas guaritas, com entrada ao lado do Hospital de Caridade e saída onde tem hoje a praça, com monitoramento, guarda armada para controlar entrada e saída”, afirma. E, acrescenta, “como é um local de preservação permanente ele se torna caro porque todo material tem que ser alternativo”.

Rossi disse que faz mais de seis meses que está pedindo para que seja recuperada a iluminação ao redor do parque. Ele diz que no total 46 lâmpadas precisam ser substituídas no entorno do parque, 22 na Avenida Comandante Kramer, 10 na Rua Anita Garibaldi, 5 na Rua Pernambuco e 9 na Rua Henrique Dias.

Secretário de Meio Ambiente

O secretário de Meio Ambiente, Cláudio Silveira, afirma que o projeto do Parque Municipal Longines Malinowski é excelente, e tem que ser dado continuidade. Segundo ele, o parque está inacabado e confirma que a gestão atual não fez nenhum investimento. “Tentamos dar continuidade ao projeto que já existe com recursos provenientes da Corsan, que tem o compromisso de fazer o repasse de R$1,5 milhão. Como esse dinheiro foi bloqueado e não houve o repasse, nós não conseguimos dar continuidade ao projeto”, afirma.

O secretário afirma que o objetivo, conforme previsto no plano original, é construir a sede da Secretaria do Meio Ambiente no parque, guarita na entrada ao lado do hospital e as trilhas em paver com iluminação. O projeto tem também a previsão de um mirante. “Ele é amplo, um belo projeto, mas infelizmente pela falta de recurso não foi implementado. Mas ainda está em tempo de começar. Tao logo se consiga esses recursos vai se dar início a essas ações principais. A gente só depende deste recurso que está bloqueado. Não temos R$ 2 milhões à disposição para isso, não recebi na secretaria esse valor”, diz.