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“Cuidado com a água é dever de todos”

Opinião é do professor na URI, Vanderlei Decian, destacando que algumas atitudes devem ser adotadas para consumir de maneira consciente

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Para biólogo, Vanderlei Decian, é necessário união para preservar a água
Professor na URI, Vanderlei Decian
Por Amanda Mendes
Foto Divulgação

Considerada um bem de domínio público, a água é essencial para a vida humana. Contudo, a alta demanda em diversas atividades, tais como, abastecimento, indústria, serviços, irrigação, lazer e hidroeletricidade, além do uso doméstico, solicita que o consumo da água seja realizado de maneira consciente. 
Para entender os impactos que a escassez da água pode causar na dinâmica da vida social, como alerta diversos estudos científicos, a reportagem do Jornal Bom Dia conversou com o professor de Biologia e do mestrado em Ecologia, da Universidade Regional Integrada (URI) – campus Erechim, Vanderlei Decian. Na oportunidade, o docente apresenta dicas de como economizar água em atividades cotidianas.
Para Decian, a atribuição econômica à água suscitou políticas de controle e gestão de seu consumo. “Na atualidade, a água pode ser considerada como um recurso natural dotado de valor econômico, entrando como insumo nas atividades humanas, e, por isso, se assume a necessidade de controle e gerenciamento dos seus múltiplos usos. Assim, falar de sua importância deve estar aliado aos diversos transtornos e problemas causados pela sua escassez”, pontuou.
Ainda, o professor destaca as atividades que mais demandam o consumo de água. “Ela é essencial para diversos setores, por exemplo, no rural para uma boa safra e dessedentação humana e animal (como a cadeia produtiva do leite, altamente dependente da qualidade e quantidade da água), nas diversas atividades desenvolvidas no meio urbano, abastecimento humano, indústria e serviços, que são altamente dependentes deste recurso natural, as atividades básicas humanas e até para o funcionamento de indústrias”.
“Cabe salientar que, devido a conflitos e demanda dos diferentes usuários de água, ainda na década de 1990 já era visualizado a necessidade de criação de instrumentos jurídicos para a gestão e controle das águas. Atualmente, tem se tornado mais evidentes eventos de escassez hídrica, que apontam para diferentes fatores, que vai desde a falta de gestão adequada por parte do poder público, bem como, a falta de cuidado dos usuários na utilização da água”, acrescentou Decian.

União para preservação da água

Nesse cenário, o professor avalia que é necessário ter união para preservar. “Assim, trata-se de certa urgência unir os esforços do poder público, de entidades envolvidas com o assunto e da população em efetivar medidas de controle de perdas e de consumo inadequado da água, e admitindo-se a necessidade urgente e permanente de um consumo consciente e racional da água. Alia-se ao momento em que vivemos no início deste ano, por estarmos em período de deficiência de chuvas e escassez de água nos mananciais de abastecimento por questões climáticas”.
Um estudo produzido pela URI, aponta que em 2019 o índice de perda de água em Erechim, chegou a 42%. “Essa pesquisa foi realizada com dados disponibilizados junto a Ager e a Corsan. São perdas principalmente no caminho por vazamentos, tubulações rompidas e velhas, falta de controle e eficiência no sistema de distribuição, furtos e outros problemas”, contou Decian.

Cuidados que podem ser adotados no dia a dia

Para o professor, alguns cuidados podem ser adotados pela população para diminuir o desperdício.
“Estudos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), apontam que a primeira estratégia é identificar quais atividades consomem mais água, mas que de forma geral os setores de consumo na residência contribuem com volume total da seguinte forma: descarga de sanitários (41%); banhos (37%); cozinha, relacionado a preparo de refeições (6%); consumo como bebida (4%); lavanderia (4%), jardim/rega de plantas (3%), lavagem de carro e limpeza da residência (5%)”, indica Decian.

Confira as dicas apresentadas pelo professor:

- Banheiros que são os maiores consumidores na casa – optar por descargas eficientes dom menor volume de água, e não sendo possível a troca regular e evitar vazamentos;
- Verificar todos os setores da casa e eliminar vazamentos, tubulações rompidas e torneiras pingando (uma torneira pingando em um dia desperdiça até 20 litros/dia);
- Manter a torneira fechada durante tarefas diárias como ao escovar os dentes, ensaboar a louça, fazer a barba;
- Diminuir o tempo de duração do banho e regular a vazão dos chuveiros, tanto elétricos como duchas e tornar hábito da família o cuidado no banho;
- Nestes períodos de escassez procurar não realizar a lavagem de carros e calçadas com mangueira, sendo solidários e permitindo economia, ou fazendo com baldes que podem aproveitar a água utilizada na lavagem de roupas;
- Evitar a rega de jardins e gramados, ou fazendo somente o necessário para as plantas não perecerem (vasos), evitando mangueira e adotando regadores.
“Pode-se pensar em outras estratégias de economia, principalmente em um momento que a água se torna indispensável não somente para a vida humana, mas também como forma de higienização da população contra o convid-19, se tornando uma das estratégias de baixo custo aliado ao uso de sabão. Cabe ao poder público e a todos habitantes a adoção de medidas e estratégias conscientes e de coletividade”, concluiu.

 

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