18°C
Erechim,RS
Previsão completa
0°C
Erechim,RS
Previsão completa

Geral

Como o saneamento básico está atrelado à saúde pública

teste
O saneamento básico é um componente essencial para a promoção da saúde e qualidade de vida nas comun
Por Redação
Foto Arquivo BD

Em abril, 7, foi comemorado o Dia Mundial da Saúde. E dentro do cronograma de matérias do projeto “Água, Meio Ambiente e Vida”, o tema abordado é o saneamento básico, com foco em ações desenvolvidas em universidades de Erechim.

Na edição de hoje, conteúdo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS Campus Erechim) sobre o que o saneamento básico tem a ver com a dengue, tema pertinente pelo aumento dos casos no município.

E uma segunda matéria, a qualidade da água para consumo humano, que foi tema de formação para estudantes de enfermagem da URI Erechim

O que o saneamento básico tem a ver com a dengue?

O aumento dos casos de dengue tem colocado a questão do saneamento básico também em evidência. A discussão ganha força ao considerarmos o saneamento como componente essencial para a promoção da saúde e qualidade de vida nas comunidades. Mas de que forma é possível pensar na relação entre saneamento e dengue? Você sabe a real situação do saneamento no seu bairro, na sua cidade?

Promoção da saúde pública

Para compreender a importância dessa articulação, as professoras Cristiane Fuzinatto e Deise Paludo, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, esclarecem alguns pontos e, também, destacaram a importância do engenheiro ambiental e sanitarista para a promoção da saúde pública.

Deise Paludo é graduada em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Engenharia Ambiental pela mesma instituição e doutora em Ciências do Solo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Cristiane Funghetto Fuzinatto é graduada em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), mestre e doutora em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Relação com prevenção de doenças

Para a professora Deise Paludo, “o saneamento básico é um componente essencial para a promoção da saúde e qualidade de vida nas comunidades. Ele compreende um conjunto de serviços e estruturas que visa garantir abastecimento de água potável, adequado esgotamento sanitário, limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos, assim como drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. A importância do saneamento básico vai além da simples melhoria na infraestrutura urbana, pois está diretamente relacionada à prevenção de doenças e à promoção da saúde pública. A incidência de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é um exemplo dessa relação.

Dados do saneamento no Brasil, RS e Erechim

A professora Cristiane Fuzinatto relata que “dados do Painel de Saneamento Brasil, indicam que, no país, 15,8% da população não possui acesso à água e 44,5% da população não é atendida pela coleta de esgoto. Já o Estado do Rio Grande do Sul possui 12,3% da população sem acesso à água e 64,2% sem acesso à coleta de esgoto. No caso do município de Erechim, os números informam que 4,3% da população não tem acesso à água e 100% da população está sem coleta de esgoto”.

Ferramentas para reduzir criadouros

De acordo com a professora Deise, “a água parada, seja limpa ou suja, é um dos principais fatores que favorecem a reprodução do Aedes aegypti, vetor da dengue. Assim, áreas urbanas que não contam com sistemas adequados de saneamento básico, como drenagem de águas pluviais, se tornam propícias à formação de criadouros do mosquito. A falta de esgotamento sanitário adequado pode levar ao acúmulo de efluentes, situação que também contribui para a proliferação do mosquito transmissor. Além disso, o fornecimento regular de água potável e a limpeza urbana com gestão adequada dos resíduos sólidos, são importantes ferramentas para reduzir possíveis criadouros do Aedes aegypti. ”

Painel de dados

O painel de dados do Ministério da Saúde (referente ao Monitoramento de Arboviroses), é explorado pela professora Cristiane: “entre janeiro e março deste ano, foram notificados mais de 2,4 milhões de casos prováveis de dengue no Brasil. Destes, aproximadamente 1,3 milhões foram confirmados. O Rio Grande do Sul, de acordo com o mesmo painel, possuía mais de 37 mil casos confirmados da doença, que ocasionaram 47 óbitos (os números aumentaram em abril). Importante apresentar aqui que, para o mesmo período, o número total de casos confirmados de dengue no Estado foi em torno de 6 mil. ”

Papel central na promoção da saúde pública

Sobre os profissionais que trabalham na área, a professora Deise, elenca que “neste contexto, o engenheiro ambiental e sanitarista é um profissional que desempenha papel central na promoção da saúde pública. Este profissional é qualificado para abordar integralmente demandas relacionadas ao saneamento básico e a preservação ambiental, desde a proposição de políticas públicas, projetos e execução de obras cruciais, como: coleta, transporte e tratamento de esgotos (tanto domésticos quanto industriais); drenagem e manejo das águas pluviais urbanas; captação, adução, tratamento e distribuição de água potável; gestão responsável de resíduos sólidos, incluindo coleta, transporte, manejo e disposição final adequada.”

Mitigação de problemas, conscientização e prevenção

Para a professora Cristiane, “o engenheiro ambiental e sanitarista desempenha um papel fundamental na mitigação de problemas relacionados ao saneamento e as doenças transmitidas por vetores. A educação ambiental também é uma atividade inerente à atuação do profissional desta área, uma vez que ações desta natureza, envolvendo a população para a conscientização e prevenção, são fundamentais para a manutenção de condições sanitárias em diferentes ambientes. ”

 

-------------------

Reflexão sobre a qualidade da água para consumo humano

Recentemente, durante a disciplina de Saúde Ambiental, os estudantes do Curso de Enfermagem da URI Erechim participaram de uma formação ministrada pela bióloga Cláudia Santin Zanchett, que integra a equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde – 11ª Coordenadoria Regional de Saúde e é responsável pelo Programa Vigiágua.

Reflexão

A atividade proporcionou aos jovens universitários uma reflexão sobre a relevância de garantir à população acesso à água em quantidade suficiente e com qualidade adequada, conforme os padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação. Eles foram informados sobre a responsabilidade do Sistema Único de Saúde em realizar a Vigilância da Qualidade da Água, a fim de prevenir doenças transmitidas por meio hídrico.

Sistemas e soluções

A ministrante apresentou as ações desenvolvidas para garantir a qualidade dos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água, identificando e intervindo em situações de risco à saúde dos consumidores. Ficou evidente que o escopo de atuação do Vigiágua abrange todas as formas de abastecimento de água para consumo humano, sejam coletivas ou individuais, urbanas ou rurais, geridas pelo setor público ou privado.

Promoção da saúde humana

“O encontro de formação permitiu não apenas o conhecimento das ações realizadas pelo Vigiágua, mas também sensibilizou os estudantes sobre a importância de avaliar o potencial de risco à saúde associado à água consumida”, pontuou a professora Sônia Balvedi Zakrzevski, responsável pela disciplina. “Isso, por sua vez, desencadeia medidas necessárias para manter ou restaurar as condições de segurança da água, visando à promoção da saúde humana.”

Publicidade

Blog dos Colunistas