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Opinião

Mais vale um Canário na mão

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Marina Oliveira
Por Marina Oliveira
Foto Arquivo pessoal

Já há algum tempo tenho notado certa intolerância no cenário do futebol brasileiro. Acredito que, por conta do caráter social desse esporte, fica evidente a capacidade que tem em refletir a sociedade e, mais do que isso, serve como um potente alerta sobre como viemos conduzindo esse jogo. 

Entre tantas situações, escolho aqui a mais recente e de maior proximidade com a região, não tão grave quanto atos de racismo e violência nos estádios, que infelizmente acontecem com frequência, mas que também retrata as falhas e injustiças de um sistema arbitrário.

Basta analisar os fatos para perceber que, se acontece com frequência é porque, até o momento, nenhuma providência efetiva foi tomada. Isso, novamente, além de enfraquecer o que costumamos classificar como “bom futebol”, espelha o ambiente extracampo.

Na quarta-feira (12), o Ypiranga enfrentou o Brasil de Pelotas, no Bento Freitas, em partida válida pela sétima rodada do Gauchão. A vitória do Canário por 2 a 1 ficou marcada pela atuação do então artilheiro da temporada, Emerson Galego, autor de todos os gols do YFC no campeonato.

Na partida, o atacante foi responsável por balançar as redes duas vezes, somando assim 6 gols no Campeonato Gaúcho. Acontece que, durante a comemoração do segundo gol, marcado aos 20´do 2T, a euforia deu lugar a interrogação. Galego foi advertido pelo árbitro da partida, Rafael Klein, com um cartão amarelo, mas por quê?

Em súmula divulgada pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) na quinta-feira (13), a justificava do cartão corresponde ao motivo 255 - atuar de maneira a mostrar desrespeito ao jogo, por conta da atitude de comemoração do gol.

A comemoração em questão se trata da reprodução do famoso gesto de Cristiano Ronaldo (em que o atleta aponta para si mesmo e, em seguida, para o chão) que, para o juiz da partida, quando praticada por Galego, viola as regras do regulamento. Embora não simpatize com o jogador português, me questiono o que há de irregular em celebrar conquistas.

Deixo de lado aqui o clubismo e afirmo que todos merecem comemorar vitórias, afinal, são exatamente esses os momentos que fazem tudo valer a pena, inclusive se tratando de futebol.

Destaco ainda que, enquanto entusiasta do esporte e futura jornalista, considero intrigante que tal decisão não tenha ganhado a devida visibilidade na imprensa gaúcha. Quando o Clube em questão não dispõe de recursos robustos para se manter, mas segue na briga por espaço, a imposição de penalidade por comemoração – em que não houve violação de direitos – se torna ainda mais injusta.

Por fim, me parece quase irracional, para não dizer estúpido, tratar injustiças como simples “choradeira”. Dito isso, seguimos.

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