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Opinião

Uso popular e medicinal da árvore guabiju

“Para proteger o fígado, combater colesterol ruim, ...”

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Árvore guabiju
Por Roberto Ferron
Foto Divulgação

Esta na época de comer guabiju. Planta denominada cientificamente de Myrcianthes pungens (Berg) Legr., da família Myrtaceae, a mesma da jaboticaba, pitanga, uvaia, e até dos eucaliptos, que tem como característica casca lisa e soltar a casca numa época do ano.  Árvore perenifólia, de médio porte, de até 15 m de altura, com fustes longos, e tortuosos, de até 60 cm de diâmetro. As folhas são verde-escuro, relativamente rígidas e providas de um espinho apical, que conferiu à espécie o epíteto pungens, de pungente. Tem outros nomes comuns dependendo da região que se encontra, como guabira-guaçú, guabiroba-açú, arrayán indígena, guajabo negro. Em guarani: yguabi-jy (=fruta que se come) e ygua-pi-jy (=fruta de casca rija), guaviyiu ou guaiavayú (= fruto com penugem). Sua ocorrência vai desde o norte do Uruguai, Argentina, Bolívia e Paraguai. No Brasil ocorre do Rio Grande do Sul até São Paulo, nas Florestas Semideciduais de Altitude e nas bacias do Rio Uruguai e Paraná.

Em nosso estado ocorre ainda na depressão central, no planalto e no Escudo Riograndense. Seus frutos são muito apreciados pela avifauna e fauna silvestre em geral, o que torna esta espécie indicada para recuperação de áreas degradadas e para compor sistemas agroflorestais. Espécie pioneira, preferencialmente associada à interior de matas e beiras de cursos d’água.

Floresce de setembro a dezembro e frutifica a partir do 4º, que vai de fevereiro a abril.

Composição química: os frutos apresentam alta concentração de flavonoides como as antocianinas (presentes na casca de cor roxa, quando maduros) e betacaroteno. Estes fitoquímicos tem ação antioxidante, anti-inflamatória e regulam colesterol.

Utilização: à semelhança de outras frutas nativas, o guabiju é tradicionalmente utilizado no ambiente doméstico para o consumo in natura, mas também na elaboração de sucos, geleias, bolos, doces, sorvete, licores (com cachaça – muito gostoso) e vinagre. Das sementes se extrai óleo.

Uso na medicina popular: o fruto possui diversas vitaminas que auxiliam no combate a anemias. Além de inúmeros benefícios, elas dão energia, retardam o envelhecimento precoce, melhoram os níveis de colesterol com redução de LDL ruim, protegem o fígado diminuindo os níveis de gordura, previnem câncer e doenças crônicas e degenerativas, auxiliam na prisão de ventre, atuam como calmantes, o que impacta positivamente na qualidade do sono e no controle da ansiedade, exercerem papel fundamental para o funcionamento correto e equilibrado do intestino. As folhas desta planta são popularmente utilizadas no tratamento de diarreias. O chá das cascas e das folhas é indicado para disenterias e para regular as funções intestinais. Indígenas kaiowá e guarani utilizam a casca para dores estomacais.

Como fazer o chá de folhas - dosagem usual recomendada: O chá da folha em decocção (ferver a água), deve-se colocar cinco folhas verdes ou secas em uma caneca com água, e deixar ferver por 3 a 5 minutos. Após, desliga-se o fogo e aguarde por 15 minutos, complete com água até a quantidade de um litro. O chá ficara de cor verde claro. Tomar durante o dia.  Fazer o tratamento enquanto estiver com o problema de saúde. Evite doses elevadas por tempo prolongado devido aos efeitos colaterais.

O chá com fruta: usa-se 3 ou mais folhas de hortelã, água fria com gás, quatro frutos picados, faça a infusão (água quente) com as folhas de hortelã. Após, espere esfriar, acrescente a água com gás e os guabijus. Aguarde por mais 15 minutos, e está pronto o chá gostoso.

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