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Opinião

A travessia necessária rumo à universalização do saneamento no RS

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Luiz Afonso dos Santos Senna
Por Luiz Afonso dos Santos Senna, PhD, Professor Titular da UFRGS, engenheiro civil, foi Diretor da ANTT e Conselheiro-Presidente da AGERGS
Foto Luiz Afonso dos Santos Senna

Apenas 20% do esgoto é tratado no Rio Grande do Sul. E 13% da população sequer tem água canalizada. Essa é a herança deixada por décadas de subinvestimento em infraestrutura básica. O dado é alarmante, sobretudo em um estado desenvolvido como o nosso.

Diante desse cenário, o governo gaúcho tomou uma decisão corajosa: desestatizar a Corsan. A medida foi amparada por lei, seguiu ritos legais e teve como foco a eficiência. O contrato prevê metas ambiciosas: até 2033, 99% da população com acesso à água tratada e 90% ao esgoto tratado. Em dez anos, o que não foi feito em quase seis décadas.

A Corsan atende 317 municípios, beneficiando 6 milhões de pessoas. Com a titularidade mantida pelos prefeitos e a regulação feita por agências independentes, os municípios continuam protagonistas. O modelo não compromete o controle social — pelo contrário, o fortalece.

A transição, no entanto, é desafiadora. Substituir redes antigas, combater perdas (hoje em 47%) e modernizar estruturas exige tempo, investimento e paciência. E enfrenta resistência. No litoral, por exemplo, projetos legalmente licenciados por órgãos ambientais e com respaldo técnico vêm sendo bloqueados por disputas ideológicas. Enquanto isso, o esgoto segue poluindo praias e aquíferos. Isso é inaceitável.

O que está em curso não é apenas uma mudança de gestão. É uma virada de chave na saúde pública, no meio ambiente e na dignidade das pessoas. Universalizar o saneamento é uma travessia difícil, mas urgente. A sociedade gaúcha sempre soube disso. O importante é não retroceder. Porque a água tratada e o esgoto coletado não são um privilégio. São um direito.

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