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Cultura

Projeto para alimentar o conhecimento

Iniciativa do Rotaract Club de Erechim transformará geladeiras usadas em pequenas bibliotecas públicas

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Exemplo de geladeira-biblioteca. Gelotecas de Erechim serão colocadas em quatro pontos
Por Giulianno Olivar - giulianno@jornalbomdia.com.br
Foto Divulgação

A partir de março, a população de Erechim terá um bom motivo para "atacar a geladeira". E não se trata de comida. Um projeto desenvolvido pelo Rotaract Club de Erechim dará um destino bastante digno para geladeiras que já não funcionam mais. Em vez de serem jogadas no lixo, elas serão transformadas em pequenas bibliotecas públicas espalhadas pela cidade, as "Gelotecas".

De acordo com a sócia-fundadora e tesoureira da entidade erechinense, Franciele Demoliner, a iniciativa - já desenvolvida pelo Rotaract em várias cidades do país -  surgiu da necessidade de incentivo à leitura entre todas as faixas etárias. "Muitas pessoas não tem acesso a livros, aí tivemos a ideia de fazer esses livros circularem em locais abertos", conta Franciele, destacando que o projeto visa, ainda, estimular a ética entre os cidadãos. "A ideia é fazer com que as pessoas leiam e devolvam, ou troquem, sempre deixando as geladeiras abastecidas para que o povo utilize sempre", explica.

Quatro geladeiras para começar

Neste primeiro momento do projeto, Franciele afirma que o Rotaract planeja a implantação de quatro "Gelotecas" em Erechim, com a possibilidade de que esse número aumente a partir da aceitação dos leitores. A distribuição inicial das geladeiras colocará uma no Plaza Imigrante, uma na Secretaria de Saúde, uma na Estação Rodoviária e outra rotativa que mudará de local a cada mês, sendo colocada primeiramente no Master Sonda Shopping. 
As geladeiras, conforme a tesoureira, receberão cores chamativas, além da logomarca do Rotary Club, e contarão com os mais diversos tipos de livros, inclusive obras de grande apelo popular, como as sagas Harry Potter e Cinquenta Tons de Cinza. "A nossa preocupação é sempre ter muitos livros à disposição do público, e, na Rodoviária, queremos priorizar obras curtas, para que as pessoas possam ler no tempo em que aguardam um ônibus", ressalta Franciele.
Tanto os livros quanto as quatro geladeiras que se espalharão por Erechim em breve são frutos de doações de escolas, bibliotecas e membros do Rotary. Franciele reforça, contudo, que novas doações são bem-vindas, e que o grupo dependerá do apoio e da parceria da comunidade para manter o projeto vivo e as minibibliotecas livres de ações de vândalos. "Vamos continuar a arrecadação de livros, recebemos na sede do Rotary, as pessoas podem entrar em contato pelo Facebook que a gente vai até elas buscar", diz. O contato pode ser realizado através da página facebook.com/rotaractclubdeerechim.

Sucesso em outras cidades

O nome pode até variar de projeto para projeto, mas diversas iniciativas semelhantes às Gelotecas têm se espalhado pelo Brasil nos últimos anos. Inúmeras cidades do país contam - ou já contaram - com geladeiras estilizadas para fins literários. Em Santa Maria, na Região Centro do Rio Grande do Sul, um projeto parecido (até no nome, "Geladeiroteca") nasceu em 2014, bancado por estudantes. Como foram instaladas em calçadas, no entanto, as geladeiras ficaram expostas ao tempo e se tornaram alvos frequentes de vandalismo. Segundo Franciele, o Rotaract terá um cuidado especial para manter a integridade das Gelotecas - justamente por isso elas serão colocadas em locais "fechados", ainda que de fácil acesso ao público. "Conversamos com os outros grupos que desenvolvem o projeto e tem dado certo, mas precisa ser sempre monitorado", avalia.

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