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Economia

Comércio de lenha aquecido para o inverno no Alto Uruguai

Comerciantes projetam crescimento na comercialização de 2017

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Foto Davi Martinelli
Por Leandro Zanotto leandroz@jornalbomdia.com.br
Foto Davi Martinelli

Comerciantes projetam crescimento na comercialização de 2017

Os lenheiros de Erechim e região apostam em boas vendas para o inverno 2017. Antes mesmo da chegada da estação mais fria do ano a procura pela lenha para uso doméstico já começa a movimentar o setor que precisa cumprir normas da legislação ambiental para derrubada de árvores, assim como as regras municipais para o comércio. De acordo com o comerciante, Leandro José Ziger, que há dois anos trabalha no varejo e atacado e comercializa lenha adquirida em Viadutos, Campinas do Sul e Centenário, muitas pessoas já estão fazendo a compra antecipada, pois querem garantir um melhor preso. "O maior período da compra fica entre os meses de junho e julho, que são os mais frios. Mas neste ano, muitas pessoas já estão comprando antecipadamente", ressalta.

Ziger explica que para se manter na ativa procura cumprir a lei e adquirir lenha de qualidade produzida na região. "Toda a lenha que compramos e vendemos tem autorização e foi cortada com licenciamento ambiental. Isso é muito importante para conseguirmos manter a preservação e desta forma, sempre termos o produto disponível aos clientes", finaliza.

O lenheiro explica que a cada ano os compradores têm procurado uma lenha "mais forte", oriunda de árvores como eucalipto, pitanga e guajuvira. Segundo o comerciante a matéria prima destas árvores gera chamas com calor mais intenso e de pouca fumaça. "Nossa orientação para quem compra está baseada na finalidade do produto. Se o cliente procurar lenha para churrasco, comercializamos bolsas com preço médio de R$ 15. Para quem pretende armazenar lenha para uso em fogões ou lareiras o preço do metro cúbico é de R$ 150", explica Ziger.

A melhor lenha 

Para quem vai comprar lenha para usar em fogões, lareiras ou até mesmo nas churrasqueiras, o engenheiro florestal da Emater, Jorge Silvério, recomenda que os consumidores sempre procurem madeira oriunda de árvores nativas e pesadas. "Essas madeiras mais grossas, como angico, camboatá, guabiroba, pitanga, pau ferro, entre outros, são as melhores, pois têm um maior poder calorífico, além de mais lignina e celulose, elementos que contribuem para que o efeito da combustão dure por um longo período de tempo", salienta. Silvério, lembra também que quando se fala em árvores nativas é preciso respeitar sempre as leis ambientais. "Qualquer retirada do meio ambiente precisa de uma autorização, pois muitas árvores como o pinheiro, grapiá, por exemplo, estão em extinção e não podem ser cortadas. Outro fator importante é que essas árvores mais grossas registram crescimento mais lento, caso do angico", destaca. 

Fiscalização

Apesar da grande procura o comércio especializado em lenha ainda é tímido em Erechim e região do Alto Uruguai. De acordo com o comandante do Pelotão Ambiental da Brigada Militar de Erechim (PATRAN), tenente, Tiago Bernieri, a maioria dos vendedores são pequenos agricultores, que fazem o comércio com objetivo de gerar um auxílio financeiro na propriedade. "Não existe problemas em vender a lenha, desde que seja feito de forma legal e ela tenha sido cortada com autorização e com licença dos órgãos responsáveis", pontua o policial. 

O comandante alerta que as pessoas que forem flagradas com irregularidades, como toras de árvores nativas, como pinheiro ou a canela, por exemplo, além de serem atuados e pagarem uma multa, podem responder criminalmente pelo ato. "Em caso de flagrantes este material é apreendido, ou deixamos o proprietário como fiel depositário, enquanto corre o processo judicial. Também é feito um registro de ocorrência crime, em que toda documentação é encaminhada para o Ministério Público, responsável pela denúncia", explica Bernieri.

Documentação para venda, transporte e retirada

O tenente explica que aqueles que desejam fazer o corte ou a venda, precisam procurar primeiramente a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para providenciar a documentação solicitada pelas autoridades no momento de uma fiscalização. "Muitas pessoas alegam que a lenha vendida não foi retirada por elas, a mesma apenas comprou e está revendendo, neste caso o distribuidor precisa ter uma cópia dos documentos de corte do lenhador, sem estes documentos a lenha é considerada ilegal e recolhida", esclarece. 

Bernieri destaca ainda que para quem deseja fazer o corte de árvores com objetivo de venda da madeira para lenha, a motosserra utilizada precisa estar com a documentação em ordem. "Consideramos este equipamento como uma arma. O proprietário precisa estar licenciado para o porte e uso deste equipamento", finaliza.

 

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