O mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (12), apresentou 16 regiões em bandeira vermelha e apenas cinco em laranja. Resultado que reflete o alto risco para esgotamento da capacidade hospitalar e a velocidade de propagação do vírus no estado. O governo do Estado também fez alertas específicos sobre cuidados e o estágio da doença no Rio Grande do Sul.
Erechim
Conforme a equipe técnica do Estado, a região de Erechim apresentou piora na avaliação de três indicadores que abrangem dados específicos da região, totalizando dois destes com avaliação de risco máxima (bandeira preta). “O pior aumento foi no número de óbitos, com 900%, de apenas um caso, a região passou para dez. O outro aumento foi de 75% nas hospitalizações confirmadas para covid-19 registradas nos últimos sete dias (de oito para 14) e no número de hospitalizações registradas nos últimos sete dias por 100.000 habitantes (3,33 para 5,83). Somado a isso, houve um aumento significativo de 31% no número de internados em leitos clínicos Covid no último dia 11 de fevereiro (de 104 passou para 136) na macrorregião Norte. Com isso, houve elevação da média ponderada final para dentro dos parâmetros que determinam a bandeira final na cor vermelha”, informou o comitê estadual.
‘Cenário de alerta’
O integrante do Comitê Regional de Atenção ao Coronavírus da Associação de Municípios do Alto Uruguai (Amau), Jackson Arpini, assinalou que a deliberação de bandeira vermelha já era aguardada pelo grupo, diante do cenário da pandemia na R16. “Na semana, nossos indicadores já apontavam para essa direção. Tivemos um aumento no números de casos ativos e de segunda até hoje, sete óbitos. Também estamos enfrentando uma situação delicada com o município de Nonoai, que registra um expressivo número de casos ativos e, por essa razão, adotou protocolos mais restritivos”, comentou.
Conforme Jackson, os integrantes do comitê irão analisar os dados da Plataforma Regional de Monitoramento mas, em uma análise preliminar, a região deverá adotar a deliberação do Estado, migrando de laranja para vermelho. “Lembramos, sempre, que os indicadores da covid-19 refletem, em números, o comportamento da sociedade”, alertou.
Aglomerações seguem proibidas
Com o feriado de Carnaval, o Gabinete de Crise chama a atenção para que os gaúchos sigam respeitando os protocolos, principalmente quanto à higienização constante das mãos, evitar aglomerações e o uso obrigatório de máscara em todas as bandeiras. “A segurança pública do Estado, em conjunto com os municípios, está pronta para agir de maneira preventiva, evitando aglomerações e festas clandestinas. Mas precisamos que a sociedade gaúcha contribua e siga tomando todos os cuidados necessários”, frisou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
Vale lembrar que as festas de Carnaval estão proibidas, por não atenderem aos protocolos mínimos de segurança sanitária. A estratégia adotada no modelo de Distanciamento Controlado utiliza-se de evidências científicas e análise de dados para definir níveis de riscos (traduzidos em bandeiras) e aplicar restrições na proporção, momento e local em que forem necessárias, com protocolos para cada atividade econômica conforme a região.
No Estado
Entre os indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, chamam a atenção a forte elevação no número de confirmados em leitos clínicos (+23%), o aumento nos registros de hospitalização (+32%) e também no número de óbitos (+16%). As internações em UTI se mantiveram estáveis (+1%).