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Opinião

Memórias de Viagem: Japão- Cruzeiro pelo Mar da China- Singapura- Emirados Árabes- Parte XXXVII

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Por Marlei Carmen Reginatto Klein
Foto Divulgação

“A imensidão do deserto... As praias de águas surpreendentemente quentes e límpidas. Os caminhos tortuosos nos flancos das montanhas que parecem ligar o céu à terra. Os prazeres da equitação e do adestramento de pássaros...Os esportes vigorosos ou o descanso em praias desertas... Esse extraordinário cenário de grandes descobertas é dado gratuitamente pelos países do oriente médio. ”

                        

 

Reminiscências

Dos sete Emirados Árabes Unidos ABU DHABI é um país e a capital dos mesmos. Faz fronteira com a Arábia Saudita, Omã e o estratégico Golfo Pérsico. Preserva a cultura de fundir velho e novo. Pode ser um país rico, instruído e cosmopolita, mas por trás disso está a cultura do deserto e da tenda.

 

Corrida de Camelos

É realizada no meio do deserto, entre as dunas que se estendem até o horizonte. Na pista de corrida, de camelos, dezenas deles estão prontos. Muitas pessoas aguardam. Essa corrida não se parece com as corridas de cavalos. Não há arquibancadas. É proibido apostar e beber. A pista é oval e tem cerca de 15 quilômetros. Parece difícil entender o que acontece. Os animais são esguios, castanhos e com arreios de corrida. Cada um deles é montado por um jóquei-robô de 60cm, munido de um chicote, remotamente controlado. Os camelos correm segundo a faixa etária. Os tratadores os alinham atrás de uma rede. Quando a rede sobe, os camelos disparam, o pescoço espichado e os cascos a toda. Antigamente, os camelos eram montados por crianças de países pobres, mas os jóqueis infantis foram proibidos e substituídos pelos mecânicos. Picapes com donos e espectadores saem correndo atrás numa nuvem de pó. Gritos e buzinas disparam acompanhando os camelos a galope. “Yella, yella” – Depressa! depressa! - Os animais que cansam vão ficando para trás. Quando a corrida acaba, longas filas de camelos voltam com seus treinadores aos estábulos espalhados pelo deserto. 

 

Abu Dhabi

É uma cidade que em termos de beleza, suntuosidade e avanço tecnológico rivaliza com a vizinha Dubai. Educação e assistência à saúde, em alto nível, são primordiais ao seu povo. À noite acontece um cenário deslumbrante. Gigantescos prédios ficam multicoloridos pelos efeitos de iluminação, cada um procura se destacar mais pelo arrojo arquitetônico. Internamente, o destaque desses prédios fica por conta da inteligência artificial. Ali está cada vez mais presente o conceito de “smart city” – cidade vibrante.

 

Conhecendo o Hotel Kempinski

A rede de Hotéis Kempinski está nas principais cidades europeias. No mundo, não chegam a uma centena. Eles primam pela elegância e alto luxo. O Hotel Emirates Palace Kempinski é um verdadeiro palácio. Encontra-se no alto de uma escadaria. Uma alameda de imponentes palmeiras imperiais chega a ela. Fontes jorrando água para o alto completam a beleza local.  Entram e saem limusines e carros de luxo. Está localizado entre jardins e pomares num local de 85 hectares. Os hotéis da rede Kempinski, geralmente, ocupam prédios históricos ou antigos palácios. Estão à altura de reis, celebridades e VIP´S.

 

Sua estrutura

Sua arquitetura é árabe com mescla islâmica. De cores suaves e de tom sobre tom. Não é muito alto- cinco andares, mas estende-se pela área. Possui 302 quartos de luxo e 95 suítes. Pelo estilo da obra, ele é encimado por 114 cúpulas, que também servem para uma melhor iluminação. De serviço impecável, destina um mordomo para cada quarto ou suíte. As pessoas recebem atenção de acordo com a manifestação individual. Os atendentes estão impecavelmente uniformizados: saia ou calça preta com um “over” de seda adamascada. O custo da construção chegou a 3 bilhões de dólares. Serve de ponto de encontro para resoluções políticas e econômicas.

 

Chegando para o chá da tarde

Para conhecer esse Hotel fizemos reservas para o “chá da tarde”. Os visitantes devem estar corretamente trajados. O nome, na entrada, consta de uma lista que é consultada.

Na entrada, recepcionistas nos receberam sorridentes. O nome foi consultado na lista e nos dirigimos para uma sala de estar. Um amplo salão oval de muita sofisticação, requinte e conforto. O teto, formando um arco, é folheado a ouro com detalhes em relevo. Luzes indiretas criavam um ambiente aconchegante, mesmo entre luxo e obras de arte. Em vários locais abajures de cristal “bacarat”. Vitrais deixavam entrar raios de sol que faziam luzir os cristais dos vidros. Num recanto, bela harpista executava trechos de música clássica.

Antes de servir o “chá” nos deram alvas toalhas quentes e perfumadas para a higiene das mãos. A porcelana levava o brasão do hotel e os talheres eram dourados. Delicioso chá, bem quente, acompanhado de seleção de tortas. Vários doces eram decorados com pó de ouro 18 quilates. Guardanapos de linho branco com iniciais. Luxo, sofisticação, atendimento profissional fizeram nossa recepção um evento inesquecível. Senti-me como se estivesse no século XVIII, num rico palácio no tradicional “chá da tarde”. Experiências assim, além do conhecimento e da participação, nos deixam recordações para a vida toda. Nos fazem participantes de um mundo e de ambientes com os quais somente a literatura nos dá. Voltando dessa viagem e, hoje, relembrando posso dizer que: “A vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos lugares e momentos capazes de tirar nosso fôlego”.

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